Acabou-se ...

Girino do Lat. gyrinu < gyrînos s. m., Zool., forma larvar, pisciforme, dos batráquios; (no pl. ) insectos coleópteros aquáticos. Salamanquinos de Salamanca, top. adj., de Salamanca; s. m., habitante ou natural de Salamanca.
Hoje tive oportunidade de festejar uma tardição local de Salamanca chmada de "Lunes de Aguas" (traduzido, Segunda-Feira de Águas).
Trata-se de uma festa antiga, celebrada desde o século XVII, e que marca o regresso das prostitutas, forçadas a sair da cidade no período da Páscoa, e que se refugiavam no outro lado do rio Tornes, num sítio chamado “Tejares”.
Hoje em dia, ainda que não se vá buscar as prostitutas, os salamantinos saem para junto do Rio e aí passam a tarde, em família e/ou com amigos, disfrutando da natureza, do convívio e do “hornazo” (um tipo de empada recheada de carne de porco).
O “Lunes de Aguas” significa, pois, o fim da Quaresma e, consequentemente, a proibição de comer carne.
Para mim, e para muitos, uma desculpa mais para passar uns bons momentos. E hoje o sol foi amigo.
Fiquem sabendo que, no meio de tanta aprendizagem, ainda tenho tempo e oportunidade para descobrir novos legumes.
Até esta manhã só os conheci redondos. Perante a minha cara de espanto, o senhor do mercado disse-me que também os há compridos e ao que parece os chineses os apreciam muito.
Eis a novidade: um nabo comprido. A ver vamos qual será a minha avaliação. Depois, dou-vos conta.
Foi na passagem do século XV para o XVI que Fernando de Rojas escreveu Tragicomedia de Calisto y Melibeia, Se quisermos fazer um paralelismo, do ponto de vista temático, é uma obra que se aproxima de “Romeu e Julieta”. Basicamente Calisto é um jovem nobre que se apaixona por Melibeia, também ela uma personagem que goza de um grande poder económico, até porque é a única herdeira da fortuna do seu pai. Sucede que Calisto não é correspondido na paixão e vai então procurar Celestina. Celestina é uma bruxa e dona de uma “casa de meninas” (isto em bom português!!!). Celestina acaba por fazer com que Calisto e Melibeia se relacionem de uma forma conflituosa e eis que a história (de amor) termina com um final trágico.
Esta súmula serve apenas para vos dar conta de um dos lugares que mais gosto em Salamanca: Huerto de Calixto y Melibea. É um pequeno jardim, virado para o rio Tornes, onde se pode ir para ler, passear, conversar, comer, reflectir, fumar um cigarro, … . É um espaço público, no verdadeiro sentido da palavra, com as pessoas (felizmente) a usufruírem e a apropriarem-se dele. Com o sol primaveril que aqui tem feito aproveitei para passar ontem e hoje por lá. Nestas duas tardes, pelo menos, e tal como eu, uma pessoa repetiu a “dose”: um tocador de viola que ali pratica a sua arte, com certeza inspirado pelo ambiente que o rodeia. Fica a confirmação de que passarei por lá muitas mais vezes e seguramente, em cada uma delas, irei aproveitar o jardim de diferentes formas.
Quem quiser vir ao piquenique faça favor de passar a porta…
Aproveitando a visita do meu amigo Miguel a Salamanca aproveitei para dar umas voltas, até agora as mais turísticas pela Cidade. E foi assim que fui parar ao Museu Casa Lis - Museo de Art Nouveau y Art Decó.
O Museu está inserido num edifício de estilo modernista, desenhado no início do século XX (1905) pelo arquitecto Joaquín de Vargas.
Da sua visita apetece-me sublinhar duas coisas: a primeira diz respeito aos vitrais que podemos ver no interior e a segunda à vista deliciosa sobre o rio Tornes que podemos saborear a partir do exterior do segundo andar.
A visita valeu a pena. Deixo-vos com uma foto tirada pelo Miguel.
http://www.museocasalis.org/
Fumegam as árvores que vejo em frente da janela
e suplicam-me pelo chá que tomo.
Despidas, esguias, agrupam-se
e, sem querer, adornam a minha caneca.
Quase tocam o telhado,
com as caleiras,
que as olham de forma sobranceira.
No chão,
os passos,
fazem-no os Homens,
quentes nos seus casacos
mas mais desamparados de espírito que Elas.
Posso dizer-vos que a minha condição física sairá, daquilo de que dependam as deslocações urbanas, revigorada.